Iggor Cavalera

Para além do metal, o ritual. Iggor Cavalera fala sobre a busca pelo transe na música eletrônica, o poder do erro e a paciência como ato de rebeldia.

Poucos músicos transitam por universos tão distintos com a autoridade de Iggor Cavalera. Do peso sísmico do metal que o consagrou no mundo à vanguarda da música eletrônica, sua trajetória é uma aula sobre a importância da curiosidade. Em sua nova turnê solo, que acontece em setembro no Brasil, ele mergulha no território do drone, do noise e do improviso, buscando um som ritualístico que se afasta da segurança de uma banda. Com um set construído ao vivo, sem laptop, ele celebra o “elemento de perigo” e a possibilidade do erro — um antídoto radical para a previsibilidade otimizada dos algoritmos. Nesta conversa, Iggor fala sobre transe, paciência e a única regra que guia seus projetos. Para nos guiar por seu universo sonoro, ele montou a “playlist do ritual eletrônico”, com as faixas que inspiram sua busca pelos limites do som. Ouça!

Iggor, sua nova turnê solo pelo Brasil explora um universo sonoro descrito como “Drone, Noise, Improv, Experimental”. O que te atrai nessa busca por um som mais livre e radical, para além das estruturas de uma banda tradicional?
Venho fazendo esse show na Europa, e realmente é bem diferenciado da estrutura de um show com banda. Também abre espaço para um show mais improvisado, menos engessado no estilo rock.

A palavra “Ritual” aparece na descrição do seu show. O que a música, especialmente a eletrônica e a percussiva, tem de ritualístico para você? É uma busca por um tipo de transe, uma conexão mais ancestral através da tecnologia?
Exatamente, a música experimental dá esse espaço para a total entrega e um possível transe. Eu sempre busquei esses elementos com a minha pesquisa musical.

Uma característica marcante do seu show solo é o que você chama de “elemento de perigo”, a sensação de que as coisas podem sair do controle, o que é raro na música eletrônica. Como, na prática, você constrói essa atmosfera de risco?
O meu set não tem um laptop, ele é totalmente construído ao vivo e, por isso, existe a possibilidade de erros e o elemento de perigo está presente em todas as performances.

Como você navega entre energias tão distintas como a do seu trabalho solo experimental, a do metal com o Cavalera Conspiracy e a da pista com o Mixhell? Um projeto serve de respiro para o outro, ou eles são partes de uma mesma busca sonora?
A única regra que eu imponho nos meus projetos é a de apenas fazer com pessoas que eu amo. O resto é totalmente sem limites e restrições.

Sua trajetória é a de um artista que nunca parou de se reinventar, do metal ao eletrônico. Qual é a principal lição que você aprendeu sobre a importância de seguir a própria curiosidade? E que conselho você daria para um músico que hoje sente a pressão de precisar se encaixar em um único gênero para ter sucesso?
Acredito que a maior lição é ter paciência, especialmente nos dias de hoje com todo o imediatismo do momento em que vivemos.

SERVIÇO: IGOR CAVALERA – TURNÊ BRASIL 2025

09/09 – SÃO PAULO (SP)

  • Local: Bar Alto (R. Aspicuelta, 194 – Alto de Pinheiros)
  • Horário: 20h
  • Atrações: Visuais por Laima Leyton e show de abertura com emma DJ.
  • Ingressos: Link na bio do Dōmo Bar

10/09 – SABARÁ (MG)

  • Local: Teatro Municipal de Sabará (R. Dom Pedro II, s/n – Centro)
  • Horário: 20h
  • Atrações: Visuais por Laima Leyton.

12/09 – JUNDIAÍ (SP)

  • Local: Sesc Jundiaí (Av. Antônio Frederico Ozanan, 6600 – Jardim Botânico)
  • Horário: 20h
  • Atrações: Visuais por Laima Leyton.
  • Ingressos: Venda online a partir de 02/09, às 17h. Venda presencial a partir de 03/09, às 17h, nas bilheterias do Sesc.

    Realização: Novas Frequências, Outra Música e Swamp Bookings
    Parceria: Bar Alto, Assombro/Teatro Municipal de Sabará e Sesc Jundiaí
    Cartaz: Violence Paranoia


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