
Yasmin compartilha como equilibra vida pessoal e profissional, sempre movida pela música e por um propósito maior que vai além dos números.
Yasmin Stevam constrói uma trajetória que entrelaça empreendedorismo consciente, influência digital e uma paixão genuína pela música. Há uma década à frente do Brechó no Fundinho, ela transformou necessidade em propósito, criando uma marca que é extensão de sua personalidade. Do jazz que embala seus banhos no escuro às playlists específicas para cada momento da vida, Yasmin revela como a música é o fio condutor que conecta todas as áreas de sua existência. Entre MPB, jazz, blues e funk raiz, ela pratica o que chama de ‘garimpo musical’, descobrindo novos artistas e sons que dialoguem com seus valores. Para Yasmin, música não é apenas trilha sonora – é sobrenome, é arte, é história, é algo que toca e transforma. E é nesse espírito de conexão profunda com a música e com a busca por um viver autêntico que a convidamos a compartilhar uma playlist muito especial: a trilha sonora para inspirar uma ‘vida diferente’ – mais equilibrada, consciente e com propósito –, com sons que capturem a energia de construir um lifestyle genuíno. Deixe a música de Yasmin Stevam inspirar seu lifestyle autêntico: dê o play na playlist e leia a entrevista.
Você fala muito sobre equilibrar a “pessoa física” e a “pessoa jurídica” em sua vida. Como a música se encaixa nessa filosofia e nos diferentes momentos do seu dia?
Eu tento priorizar ao máximo a minha vida offline, porque por eu trabalhar como influenciadora e empresária, por muitos anos eu sempre foquei muito na Yasmin pessoa jurídica. Então hoje eu tento centralizar e cuidar mais do meu offline.
Eu acho que também eu sou uma pessoa que eu mudo muito e eu enjoo muito. Eu tenho playlist, eu tenho música pra todos os momentos. Quando eu tô fazendo minha meditação, quando eu tô no treino, quando eu tô no meu carro, eu tenho uma playlist pra todos os momentos da minha vida. Quando eu chego na minha casa, no meu banho no escuro e coloco minha playlist de jazz. Quando eu acordo de manhã, eu tenho meu podcast, e quando eu venho pra loja tá tocando um jazz.
E também não tem como cuidar da minha pessoa física sem escutar música. Eu acho que a música transita em todas as áreas da minha vida.
Você tem um gosto musical bem variado, do MPB ao jazz. Como essas influências se formaram e qual é a importância da mensagem das músicas para você?
Sobre a música, eu tenho bastante influência da minha mãe, que sempre foi muito eclética. Ela sempre escutou de tudo – rock nacional, internacional, MPB, pagode, sertanejo, reggae. Eu gosto muito de escutar música quando estou trabalhando, separando as peças do brechó. Isso me conecta mais com o que estou fazendo.
Eu amo muito MPB, então eu tô sempre tentando me atualizar e escutar realmente músicas novas. Então eu não consigo escutar sempre as mesmas músicas, e as músicas eu sinto que elas têm que mexer comigo, me tocar. Eu gosto muito de escutar aquilo que eu tô vivendo, aquilo que eu tô sentindo, aquilo que tá me trazendo realmente uma mensagem.
E eu também sou uma pessoa muito espiritualizada, então eu gosto também de escutar, às vezes, meus louvores, escuto as minhas músicas, então eu tenho música pra tudo. Óbvio que eu sou muito movida a batida, mas eu sou muito movida também à mensagem que tá me transmitindo e passando pra mim. Então acho que, cara, a música é meu sobrenome.
Eu tenho um gosto, não vou falar eclético, mas assim, eu gosto de música, eu gosto muito, eu sou muito movida ao instrumental. Eu já toquei percussão por muito tempo também, já cantei também, já fiz parte também de cantar com alguns artistas. Hoje eu não faço mais, não vivo tanto, mas eu consumo, e esse meu consumo é dentro da minha casa, é no meu lar, estar com amigos músicos também.
Então eu tenho esse consumo não somente no meu fone, na minha casa. Amo jazz, amo blues, amo o funk de verdade, o raiz. Eu gosto muito de também sentar e escutar música nova.
Como você descobre música nova?
E sobre descobrir música também, eu descobri várias músicas através do TikTok, através do Instagram. Eu acho que as redes sociais acabam sendo uma ferramenta muito boa pra descobrir música nova. E também através de amigos, através de pessoas que eu sigo, que eu admiro, que têm um gosto musical parecido com o meu.
E uma coisa que eu percebi também é que eu gosto muito de escutar música de artista independente. Eu acho que eles têm uma pegada mais autêntica, mais real. E eu gosto de descobrir artista novo também, eu acho que isso é muito legal. E uma coisa que eu faço também é que quando eu descubro uma música que eu gostei muito, eu vou atrás do artista, eu vou escutar outras músicas dele, eu vou conhecer melhor o trabalho dele. Eu acho que isso é importante. Não só escutar uma música isolada, mas conhecer o artista como um todo.
Amo também quando viajo pra fora e eu presto muita atenção nos bares e restaurantes e lojas e lugares que estão tocando tais músicas. E eu tenho muito costume também de pegar, de garimpar, acho que essa é a palavra.
Eu amo garimpar música, eu amo garimpar artistas também. E pra fora também abre muito a minha cabeça, o meu ouvido “caraca, nunca escutei isso, que massa”. Música é um garimpo, assim como eu garimpo roupa, porque música é arte, música é história, é algo que toca, que transforma.
Qual sua relação com os valores dos artistas que escuta?
E uma coisa que eu acho muito importante também é sobre a questão do artista que eu escuto. Eu sempre procuro saber um pouco mais sobre a vida dele, sobre as causas que ele apoia, sobre os valores que ele tem. Porque eu acho que isso faz diferença.
Eu não consigo escutar um artista que tem valores completamente opostos aos meus. Então eu sempre procuro me informar um pouco mais sobre isso. E eu acho que isso é importante também na questão do consumo consciente da música. Porque a música também é um produto, né? E a gente também tem que ter consciência de que artista a gente tá consumindo, que valores eles representam. Então eu acho que isso é uma coisa que eu levo muito em consideração na hora de escolher que música eu vou escutar.
Como você usa a música para criar diferentes atmosferas e momentos no seu dia a dia?
E sobre a questão da vida offline, cara, eu acho que a música é essencial pra isso. Quando eu quero desconectar, quando eu quero ter um momento só meu, eu coloco meu fone de ouvido e eu escuto música. Eu acho que isso me transporta pra outro lugar.
E uma coisa que eu gosto muito de fazer também é escutar música enquanto eu tô fazendo outras atividades, limpando a casa, organizando as coisas, cozinhando. Eu acho que isso torna essas atividades mais prazerosas. E eu tenho uma playlist específica pra cada momento. Eu tenho uma playlist pra quando eu tô trabalhando, uma playlist pra quando eu tô relaxando, uma playlist pra quando eu tô fazendo exercício. Eu acho que isso é importante. Ter a música certa pro momento certo.
O Fundinho é muito uma referência musical também. Quando as pessoas entram aqui sempre falam: “Caramba, Yas, eu amo o Fundinho por causa da música, da playlist de vocês”. É algo muito marcante.
Conte sobre a trajetória do Brechó no Fundinho e como ele se relaciona com seu trabalho como influenciadora.
Começou por conta da necessidade. Eu sou fruto da necessidade. Porque eu acho que quando eu comecei a empreender, eu não tinha nada, eu não tinha condições, eu não tinha dinheiro pra começar. Então eu comecei a vender as minhas roupas, eu comecei a vender o que tinha. Então o dinheiro me entrava, eu comecei a fazer dinheiro com pouco. Então acho que eu comecei a fazer diferença pela necessidade.
Então hoje eu olhar para o meu passado que eu já tenho a loja há 10 anos, o Fundinho existe há 10 anos, toda uma marca, então eu também falo que eu sou, além de ser empresária, eu também sou empreendedora. Eu tenho os dois lados, eu tenho o lado influenciadora e o lado empresária. Então eu também entendo que a vida e a realidade que hoje eu também tenho é muito também voltada à publicidade, então é uma minoria de pessoas que conseguiram ter essa oportunidade também.
Então acho que é muito difícil às vezes eu tentar separar, porque os dois acabam caminhando junto. Eu precisei do Fundinho pra poder ser quem a Yasmin influenciadora é hoje, sabe? Então hoje, querendo ou não, o Fundinho, o empreendimento, ele impacta totalmente na Yasmin influenciadora.
Então antigamente o Fundinho ele era meu plano A e que se tornou meu plano B financeiramente, porque hoje eu carrego uma marca porque eu amo e não por dinheiro. Não porque eu preciso. Mas sim porque eu falo que é meu legado. É meu filho de verdade. Então hoje eu entendo que a publicidade me banca. Ela consegue ter o meu estilo de vida que eu gostaria de ter. E o Fundinho é meu filho que eu gosto de manter, sabe? É a minha marca pessoal. Então são coisas totalmente diferentes.
O que significa a frase “era possível ter uma vida diferente”?
Bom, quando eu falo que é possível, era possível ter essa vida diferente, eu lembro dessa frase que eu falei numa matéria de uma revista, porque realmente faz sentido para a minha vida e para a minha realidade, para os meus sobrinhos e a minha família, de que se a gente vive a mesma realidade, eu entendo que é possível.
Óbvio que é algo que não se encaixa para todos, porque eu também não acredito nessa coisa de que é só sobre esforço. Mas não, às vezes também é sobre oportunidade. Às vezes sorte também. Mas eu sou o tipo de pessoa que depois que eu entendi realmente que a minha realidade mudou muito.
E quando eu falo essa frase, né, “era possível ter uma vida diferente também”, ela vem muito de abrir um leque e tirar essa escama dos meus olhos, de achar que aquele mundo que eu vivia, que eu só tinha acesso a tal informação, aquela minha realidade, era algo assim, “isso aqui é pra você, você não pode mais acessar mais nada”. Não é porque eu acessei, assim como disse Taís Araújo, não é só porque ela é uma pessoa que tem, que ela é rica, que ela é quem ela é, que ela não deixa de sofrer racismo. E eu também compacto com esse mesmo pensamento.
Então, quando eu penso olhar para o meu passado, olhar para aquela casinha, e quando eu acabo acessando outras portas e consigo acessar outros lugares, eu falo, “caraca, é possível sim ter uma realidade diferente, é possível sim acessar outros lugares”, e aquilo que eu não tinha fé eu comecei a ter, aquilo que eu comecei a acessar eu entendi que era possível, “caramba, não é tão difícil, é difícil, mas não é tão impossível assim”.
Eu sei que eu vou ter que, assim como diz os Racionais, por você ser preto você tem que ser duas, três vezes melhor, então toda vez que eu entregava algo, acessava aquele lugar, eu tentava fazer o triplo e o dobro pra poder acessar mais ainda. Então eu entendi que esse mundo da moda, esse mundo do meu trabalho, é um portal e que vai abrindo porta que você olha e fala, “caraca, realmente é possível”.
Então acho que essa frase minha, ela abre caminhos e pensamentos pra muitas outras coisas, em relação a tudo.
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