Vanessa Rozan

A especialista em beleza e criadora de conteúdo que se tornou referência em dicas honestas e testes de produtos reflete sobre autoestima, música e como encontrar identidade visual autêntica em meio ao caos digital.

Vanessa Rozan transformou sua paixão por beleza e autocuidado em uma das vozes mais confiáveis do universo digital brasileiro. Com seu Lab da Beleza, ela vai além das trends vazias: testa produtos de verdade, desmistifica promessas mirabolantes e ensina suas seguidoras a desenvolverem uma relação saudável com a própria imagem. Em um mundo saturado de filtros e padrões inalcançáveis, Vanessa representa a busca por uma beleza mais humana e acessível – aquela que celebra a individualidade sem abrir mão do prazer de se cuidar e se descobrir. E é nesse universo de reflexão sobre a própria imagem e a busca pela autenticidade que a convidamos para um desafio musical: criar uma playlist que seja a trilha sonora da sua vida, dos seus pensamentos e emoções, ou do que ela acredita que representa a verdadeira beleza. Ouça a playlist e leia a entrevista para descobrir as músicas da beleza autêntica.

Como a música se conecta com seu universo de beleza e autoestima no dia a dia?
A música dá o tom para qualquer rotina da vida, pode ser fazendo skincare, cozinhando, respondendo e-mails, a música acorda outro sentido e adiciona emoção ao momento

Qual o maior desafio hoje para as pessoas encontrarem sua identidade visual autêntica, com tantas tendências e filtros online?
O grande problema é que vivemos numa época de sobrecarga visual. Todo dia surge uma nova trend, um novo filtro “revolucionário”, uma nova promessa de transformação instantânea. As pessoas ficam perdidas tentando acompanhar tudo ao mesmo tempo, sem parar para se conhecer de verdade. O maior desafio é justamente desacelerar e se perguntar: “O que realmente combina comigo? O que me faz sentir bem de verdade?” É preciso coragem para ignorar o que está bombando nas redes e buscar o que faz sentido para o seu estilo de vida, seu tom de pele, sua personalidade. A identidade visual autêntica vem de dentro, não de fora.

Que tipo de música ou som você acha que potencializa rituais de beleza ou momentos de autocuidado e conexão?
Eu gosto muito de música mais suave, mais envolvente, coisas que criam uma atmosfera gostosa, que me deixam relaxada mas ao mesmo tempo conectada comigo mesma. O importante é que a música combine com o ritual que estou fazendo. Se é um momento de relaxamento profundo, preciso de algo mais zen. Se estou me arrumando para sair, algo que me anime mas sem ser muito agitado. A música tem que amplificar o prazer do autocuidado, não competir com ele.

No seu “Lab da Beleza”, ao testar e desmistificar tantas trends de beleza que viralizam na internet, qual é a mensagem principal que você mais busca transmitir ao seu público?
O Lab da Beleza tem o sarcasmo como linguagem principal justamente para olharmos de forma crítica para essas trends que viralizaram. A ideia é questionar a real necessidade delas existirem. Muitas vezes, tudo que a pessoa quer é um vídeo para viralizar – principalmente quem está começando no conteúdo de beleza. Todos nós, como humanos dentro das redes sociais, somos afetados pela quantidade de likes e visualizações.

A proposta é ser uma anti-trend. Falar: “Olha, isso aqui só viralizou porque é esdrúxulo, maluco, não faz sentido na vida real, não se aplica, só dificulta sua vida ao invés de te ensinar algo que vai facilitar sua rotina”. Chegamos num ponto onde as redes se tornaram lugares de distração e entretenimento, não tanto de educação – diferente do começo do YouTube, quando os vídeos eram para te ensinar a fazer alguma coisa ou mostrar como um produto performava na pele.

Minha mensagem é: isso não funciona, é só entretenimento. O que funciona de verdade? Como sempre se fez, como sempre foi feito.

Como você se mantém inspirada e encontra referências genuínas sobre beleza e comportamento, fugindo do óbvio e do comercial?
Eu busco inspiração em lugares inesperados. Gosto de observar pessoas reais na rua, no metrô, no café – aquela mulher que tem um estilo único sem estar seguindo trend nenhuma. Leio muito sobre história da beleza, sobre culturas diferentes, sobre como as pessoas se cuidavam antigamente. Viajo bastante e sempre fico atenta aos rituais locais, aos produtos que as pessoas realmente usam no dia a dia.

Também converso muito com mulheres de idades diferentes, de contextos sociais variados. Minha avó, por exemplo, tem truques de beleza que funcionam melhor que qualquer novidade viral. Acho que a inspiração genuína vem de observar a vida real, não só a internet. E de ter curiosidade sobre o “porquê” das coisas – por que tal ingrediente funciona, por que tal técnica se manteve ao longo do tempo. Quando você entende a essência, consegue separar o que é marketing do que é realmente útil.

Fotos: Gigi Meira

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