Natália Lebeis

A arte da releitura como processo artesanal. Natália Lebeis sobre a desconstrução do ‘Choque Eletrostático’ e a beleza de encontrar o novo na própria obra.

Bem-vindos ao Primeira Audição, nossa casa para os lançamentos que exigem uma escuta atenta. A artista de hoje, Natália Lebeis, é a definição do nosso ‘olhar individual’. Ela vem do teatro, é diretora do Festival Novas Frequências e curadora do selo Palatável Records. Seu novo projeto, ‘Choque Eletrostático (versão alternativa)’, desconstrói seu disco de estreia. Onde antes havia poesia concreta e colagens, agora ouvimos a pulsação da pista pós-punk. Convidamos a Natalia para uma conversa sobre esse processo. E essa conversa vai continuar ao vivo: a Natália, junto com seus colegas de selo Anvil FX e Vera Fischer Era Clubber (que você também já conheceu aqui no deepbeep), é uma das nossas convidadas de estreia do ‘Rotações’, nossa nova residência mensal no Caracol Bar, neste domingo, dia 9/11 a partir das 16h. Ouça ‘Égua Solta (versão alternativa)’ logo abaixo e mergulhe na playlist de inspirações (‘O Mapa da Releitura’). A conversa completa vem a seguir.

Lísias Paiva, editor-fundador

Natália, o ‘Choque Eletrostático’ original era um disco muito focado na poesia e em colagens sonoras. O que te provocou a levar esse material para um lugar tão diferente, focado na pista de dança?
Eu gosto de tirar as coisas do lugar rs. Ainda é um disco de texturas e provocação sonora, mas agora a partir dessa evocação à pista, um lugar que sempre habitei e que sempre foi um espaço de descoberta, empoderamento e libertação para mim. Não vejo essa versão como sendo tão diferente da original. Ambas desejam a dança, talvez cada uma sugira isso de maneira diferente.

A nova sonoridade é muito focada no pós-punk e no industrial. Como foi o seu processo artesanal para ‘traduzir’ essas canções? De onde veio a intuição para levá-las para esse lugar?
Eu já queria explorar gêneros musicais que nasceram a partir da entrada de eletrônicos no rock, quando a galera começa a incorporar sintetizadores, drum machines e sequenciadores. É uma fase cheia de experimentação e possibilidades, o que me inspira muito. E eu já tenho uma fascinação natural por essa época, tanto que o meu selo, o Palatável Records, está olhando para isso, pro electro-rock brasileiro. Então foi bem natural. Eu apenas abri a gaveta e vasculhei um pouco lá dentro rs.

O álbum original explorava o ‘esquisito’. Ao levar essas mesmas letras para a pista, qual é a nova conversa ou a nova sensação que você quer provocar no ouvinte?
O esquisito ainda está lá! Eu sou naturalmente inclinada a assuntos existencialistas, metáforas, associações esquisitas rs. O humor também é uma grande ferramenta para mim. E esses temas podem estar inseridos em qualquer contexto, que, a depender da abordagem, vão te cutucando de maneiras diferentes. ‘Choque Eletrostático’ no disco original é uma poesia existencial permeada por uma atmosfera sonora cíclica, quase etérea. Agora, na versão alternativa, ela virou um dub rs. Como esse deslocamento pode alterar nossa percepção sobre ela? Isso me interessa muito.

Ouça a playlist na Deezer, Apple Music e na Amazon Music




Faça o pré-save do álbum “Choque Elestroestático (versão alternativa)”



Fotos: Ivi Maiga Bugrimenko


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