L_cio

Referência em live PA, L_cio transforma a pista em laboratório: improviso, sensibilidade e som em tempo real. Sem roteiro, só conexão.

L_cio trata a pista de dança como uma tela em branco. Referência por seus live PAs, ele se destaca pela coragem de nunca preparar um show, preferindo sentir o mood do ambiente para construir narrativas sonoras únicas e em tempo real. Sua música é um diálogo constante entre a melodia de sua flauta, a força das drum machines e a energia do público. É um artista que busca a expansão sonora na colaboração e na exploração profunda de seus equipamentos, provando que a verdadeira inovação na música eletrônica nasce da emoção e da vulnerabilidade do momento. Para entender a alma sonora de L_cio, convidamos o artista a compartilhar uma playlist especial: faixas que o inspiram em seu processo de live PA, ou sons que ele acredita que todos deveriam descobrir para expandir seus horizontes. Dê o play na playlist, leia a entrevista e expanda seus horizontes com L_cio.

L_cio, seu trabalho com live PA é uma referência de originalidade, sentimento e inovação. Olhando para o cenário atual, qual é a principal inquietação artística ou a busca sonora que te move e te inspira ao criar e apresentar sua música ao vivo?

Primeiramente, estou muito feliz por retornar ao deepbeep. Minha principal inquietação sempre foi conseguir transmitir diferentes narrativas com meu live. Nos últimos 2 anos, produzi com muita gente talentosa que me abriu novos horizontes sonoros — por exemplo, muita música voltada para o house — e estou adorando a possibilidade de me apresentar em diferentes situações e line-ups.

O formato live PA carrega uma magia pela possibilidade de improvisação e pela criação que acontece no calor do momento. Como funciona o seu processo criativo durante uma apresentação? Qual a importância do elemento surpresa e da sua interação com a energia da pista para moldar a direção e a emoção do que você toca?

Eu nunca preparo meu show. Sempre chego cedo nas festas e consigo entender qual o mood da pista. Assim, meu processo fica livre para construir a cada live uma nova narrativa. Uso a flauta como elemento que pode mudar completamente o clima do live, assim como o uso de efeitos, viradas com a drum machine, entre outras possibilidades que aparecem no momento do show.

Para um artista que está em constante evolução e pesquisa como você, como acontece o processo de descobrir novas texturas, timbres inusitados, equipamentos que abrem novas possibilidades ou abordagens técnicas que te permitem expandir sua linguagem musical e manter seu live PA sempre fresco, surpreendente e relevante?

Esse processo é bem orgânico e livre, o que me possibilita testar muita coisa em estúdio. Eu gosto de explorar ao máximo cada equipamento que tenho, o que faz o processo de descoberta mais certeiro. Uso um synth — Vermona Mono Lancet — há muitos anos, e quase tudo que se escuta de bassline nas minhas criações vem dele. Nesse momento em que tenho produzido com mais pessoas, tenho também aprendido muitas técnicas e visões da música diferentes, o que amplia meu espectro sonoro.

Fotos: Marcelo Paixão

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