KAIR

Em um mundo de tendências, o produtor defende o “flow” na criação, a autenticidade como filtro e a liberdade total de quem ouve.

Recém-chegado de uma turnê de dois meses por mais de sete países na Europa, o DJ e produtor KAIR cria sua música a partir de um lugar de fluidez e intuição. Longe de se prender a fórmulas, seu método é deixar a cabeça bem aberta para o inesperado, adaptando as tendências globais à sua própria voz, em vez de ser engolido por elas. Sua arte se completa na liberdade do ouvinte, a quem ele entrega a jornada sensorial sem um mapa pré-definido, confiando na potência da interpretação individual. Nesta conversa, KAIR fala sobre seu processo criativo e a importância de deixar a arte simplesmente acontecer. Para completar a imersão, ele compartilha uma playlist exclusiva com as faixas que marcaram sua jornada pela Europa.

KAIR, seu trabalho como produtor parece começar com uma tela em branco. Qual costuma ser o ponto de partida para uma nova faixa?
Meu ponto de partida nunca tem uma direção tão fixa, me deixo levar no flow da produção sempre com a cabeça bem aberta para qualquer ideia maluca ou diferente que possa aparecer no meio do processo. Geralmente, coisas que tenho escutado recentemente em festas e em casa também influenciam inconscientemente no resultado.

A música eletrônica tem tendências e subgêneros que mudam muito rápido, muitas vezes impulsionados por algoritmos. Como você, como produtor, mantém uma voz autoral e autêntica em meio a tantas influências?
Procuro não me limitar ao que é óbvio, mas, ao mesmo tempo, estou sempre ligado em tendências, fazendo com que elas se adaptem à minha autenticidade como artista.

O estúdio é o laboratório de um produtor. Qual é a sua relação com seus equipamentos? De que maneira eles influenciam ou participam do seu processo criativo, para além de serem apenas ferramentas?
Eu os uso bastante durante o processo como ferramentas de diversão, de uma forma fluida e natural.

Sua música muitas vezes cria atmosferas profundas e introspectivas. Qual é a principal sensação ou jornada que você espera que o ouvinte experimente ao entrar no seu som, seja em casa, de fone de ouvido, ou em uma pista de dança?
Eu, sinceramente, apenas espero que o ouvinte interprete ou sinta o que ele quiser sentir e interpretar. Literalmente deixá-lo livre para sentir. Na minha opinião, isso é o natural da arte.

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