
Ela deu um palco para as nossas ‘nóias’ e nos ensinou a rir delas. Descubra por que nenhuma ansiedade é só sua.
Camila Fremder profissionalizou a “nóia”. Com seu humor afiado, ela se tornou a cronista oficial das ansiedades e absurdos da vida contemporânea, provando que nenhuma paranoia é puramente individual. Seja no podcast “É Nóia Minha” ou nos relacionamentos dissecados em “E os Namoradinhos”, ela cria espaços de alívio coletivo onde é permitido rir das próprias inseguranças. Seu trabalho é um lembrete constante de que o humor é o melhor antídoto para as pressões de um mundo que, muitas vezes, não faz o menor sentido.
Camila, qual “nóia” você diria que é a cara de 2025 e define bem o momento que estamos vivendo?
Estamos vivendo ou só estamos online assistindo a pessoas que estão supostamente vivendo, mas que, na verdade, estão encenando o que seria viver? Mas a gente não vive mais?
Para quem se sente “sem carisma” por natureza, qual sua principal dica para navegar as interações sociais hoje em dia?
Dizer que é sem carisma, porque as pessoas pegam leve. Baita dica, e eu nem cobrei…
Que tipo de música ou artista você acha que combina com os temas que você explora no “E os Namoradinhos” ou na “Associação dos Sem Carisma”?
Acho que o Tom Zé manda a real para a gente sempre que pode de um jeito muito gostoso.
Pensando no “E os Namoradinhos”, qual é o desafio ou a questão mais recorrente que vocês percebem nos relacionamentos atuais?
Pai ausente e avô com duas famílias, ou seja, a tradicional família brasileira.
De onde vêm as ideias para o seu trabalho? Como você identifica as pequenas manias e absurdos do cotidiano que se transformam em pauta?
São coisas que me pego falando repetidas vezes e, quando vejo, estou num hiperfoco da nóia. E não tem nada mais gostoso do que juntar um grupinho para debater e se aprofundar mais ainda. Eu ganho a vida noiando <3.
Na sua opinião, como o humor e a capacidade de falar abertamente sobre nossas “nóias” podem nos ajudar a lidar com as pressões e ansiedades do mundo de hoje?
Você percebe que nenhuma experiência é individual, e isso já dá um alívio. O humor é meu maior aliado, inclusive para os assuntos mais mal resolvidos na minha cabeça. Começo fazendo piada e acabo conseguindo encontrar uma luz, um respiro.
Fotos: Jess Pauletto