Kenya Sade

Para ela, dar palco a novas vozes é um ato de justiça. Conheça o mapa sonoro de quem está reescrevendo a história da música.

Para Kenya, o jornalismo musical é um ato de justiça histórica e celebração. Com um radar que vai dos maiores palcos do mundo a novas sonoridades que viaja para descobrir, ela mapeia a potência da produção contemporânea com entusiasmo contagiante. Seu trabalho é uma plataforma que amplifica vozes diversas, especialmente de mulheres, garantindo que as narrativas da música sejam tão plurais quanto a própria arte. Ela opera com a convicção de que não existe “música ruim”, apenas manifestações culturais que merecem respeito e escuta. E para entender o olhar de Kenya sobre a música e as vozes que a inspiram, convidamos a jornalista a compartilhar uma playlist especial com o seu mapa sonoro atual. Dê o play na playlist e amplifique suas escutas com Kenya Sade.

Kenya, qual história ou artista mais te empolgou cobrir recentemente no jornalismo musical e por quê?

Lady Gaga me empolgou muito em cobrir. O show na praia de Copacabana foi o maior da carreira da artista, que inclusive entrou para a lista do Guinness Book, o livro dos recordes. Após ter reunido o maior público de uma artista feminina com 2,5 milhões de pessoas em uma apresentação gratuita. A Lady Gaga, além de ser uma das maiores cantoras e entertainers do mundo, ela luta pelos direitos das mulheres, da comunidade LGBTQIAP+. Gaga é uma grande referência de artista da atualidade.

 Nos bastidores da música hoje, o que mais te surpreende (positiva ou negativamente)?
A música sempre me surpreende positivamente! O Brasil tem uma mistura rítmica de se admirar. Que momento vive a música brasileira, com artistas excelentes que têm entregado álbuns muito impressionantes com qualidade técnica e vocal: Liniker, Luedji Luna, Amaro Freitas, Jota.pê, Os Garotin, João Gomes, Melly, BaianaSystem, Céu, Zé Manoel, Marina Sena, Majur, Duquesa, Zaynara, Rachel Reis.

Se falarmos de artistas internacionais: Doechii, Little Simz, Kendrick Lamar, Bad Bunny, Aya Nakamura, Billie Eilish, Burna Boy, Davido, Solange, Charli XCX.

Que artista ou gênero você acredita que está definindo o “som de 2025” no Brasil, especialmente considerando novas vozes?

Em 2025, o cenário musical brasileiro é marcado por uma diversidade de vozes e gêneros inovadores que refletem a riqueza cultural do país. Artistas de diferentes regiões estão redefinindo o “som de 2025”, mesclando tradições locais com influências contemporâneas. O trap, o funk, o tecnobrega, o arrocha, o forró e o pagode são ritmos que estão em crescente ascensão com novas vozes, novas roupagens, além do sertanejo, gênero musical mais ouvido do país nos últimos anos.

Após o Prêmio WME, qual a importância de mais mulheres e vozes diversas em destaque no jornalismo e na indústria musical?

A presença de mais mulheres na indústria musical e no jornalismo musical é essencial não apenas por uma questão de equidade, mas porque transforma profundamente o que é criado, como é produzido e quem se sente representado. Traz legitimidade para mulheres que estão com microfone na mão em cima do palco, nas redações, nos bastidores. Historicamente, quem ditava, falava e produzia música eram predominantemente os homens. As mulheres eram invisibilizadas na indústria. Hoje, as mulheres têm ganhado cada vez mais espaço real como compositoras, produtoras, jornalistas e, com isso, surgem novas histórias, novas perspectivas na história da música!

Qual clichê ou ideia feita sobre música (ou artistas) você, como jornalista, mais gostaria de desmistificar para o público?

Que não existe aquele conceito de “música ruim”. O que existe é música, e temos de respeitá-la em todas as suas vertentes, gêneros e formas. Afinal de contas, música é a arte de transformar a realidade ao seu redor em poesia, rima e melodia!

Além dos grandes nomes que já estão na mídia, como você busca e descobre as novas apostas da música brasileira que merecem ser ouvidas?

Faço muitas pesquisas, viajo em busca de novas sonoridades, estou aberta ao novo. Sempre estou em busca de novos talentos e novos sons.

Fotos: Vitor Manon

Links: Kenya Sade

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