
O ácido dos anos 90 encontra o balanço brasileiro. Golden Kong costura passado e pista com precisão artesanal.
Bem-vindos ao Primeira Audição, nossa casa para os lançamentos que exigem uma escuta atenta. Onde o algoritmo vê gêneros distantes, Golden Kong vê uma linha direta. Seu novo EP, ‘The Streets Are ACID’, conecta a psicodelia dos sintetizadores 303 dos anos 90 com o balanço do funk brasileiro. Não é uma fórmula pronta. É um trabalho de ‘tentativa e erro’, um processo artesanal para fugir do som robótico e encontrar uma identidade que funcione tanto em Chicago quanto no Rio. Convidamos o produtor para detalhar essa busca. Nossa provocação foi a playlist ‘A Alquimia Ácida’, um mapa que coloca suas novas faixas em diálogo com as inspirações. O EP e a seleção estão logo abaixo. A conversa completa vem a seguir.
Lísias Paiva, editor-fundador
Golden Kong, o título ‘The Streets Are ACID’ evoca o underground dos anos 90. Qual foi a faísca ou a inquietação que te fez revisitar essa estética agora e trazê-la para o presente?
Exploro a sonoridade com sintetizadores ácidos há alguns anos, mas nunca havia feito um trabalho completo, de forma que uma história fosse contada. O EP veio dessa necessidade de explorar algo que já foi feito nos anos 90, mas de forma repaginada. Busco conectar as raízes brasileiras com o que acontece nas pistas ao redor do mundo.
A assinatura do EP parece ser essa fusão do acid house com o balanço do funk. Como funciona seu processo artesanal para fazer esses dois mundos conversarem de forma tão natural no estúdio?
É muita tentativa e erro. Fazer não soar caricato ou muito robótico é sempre um desafio. Desde o início do projeto eu faço essa mistura musical. Acredito que, depois de mais de 10 anos explorando gêneros diversos e misturando com nosso funk, encontrei uma receita que dá certo, mas sempre mudo alguns ingredientes para não ficar na mesmice.
O EP conecta o passado ao presente. Além da energia óbvia da pista, qual é a conversa ou a sensação que você, como produtor, quer provocar no ouvinte de hoje?
A psicodelia das sonoridades noventistas, onde havia uma exploração sonora com muito menos recursos, é algo que adoro. Grandes referências como Daft Punk, The Chemical Brothers e The Prodigy tiveram o boom nessa década. Referenciá-los hoje é reverenciar o que foi feito no passado. Em ‘The Streets Are ACID’, todas as faixas têm algo em comum e conversam entre si, mas funcionam bem sozinhas. São feitas para dançar. Se você tem as referências, vai curtir com um pouco de nostalgia, mesmo que, assim como eu, nunca tenha vivido aquela época.
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Fotos: Michelle Cadari
Agrdecimentos: Firespray92 – Agência Criativa
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